06 outubro 2010

um dia.

Um dia entrarás num autocarro frio pela manhãzinha. Sujarás a camisa com o café quente ao almoço. Olharás para o relógio que teima em estar parado. Carregarás só com uma mão as compras do supermercado. Encaixarás a chave na porta. Observarás a iluminação da rua a acender, ao fumo de um cigarro à janela. Deglutirás algo simples ao jantar. Lavarás a cara antes de dormir. Matarás a luz para enterrar o dia.

Um dia, hoje nem uma memória será.